AB SESIMBRA

Existimos para glorificar a Deus, fazendo discípulos de Jesus Cristo de todas as Nações, até que Ele volte.

sexta-feira, setembro 30, 2005

FIM DO MUNDO AQUI TÃO PERTO

A mãe Edina e os seus cinco filhos - Carlitos, Euclides, Lizandra, Susana e Jenise - morreram ontem consumidos pelo fogo, encurralados numa barraca do Fim do Mundo...Pobreza e desgraça antigas e continuadas, da Guiné-Bissau para o Fim do Mundo europeu...

No Fim do Mundo pára a cidade. Deixa de haver asfalto na estrada, fornecimento de água, electricidade, saneamento, recolha de lixo. No Fim do Mundo não há cidade. Não há cidadãos. São as tragédias que nos acordam para os fins de mundo, afinal aqui tão perto! Não é de hoje. É de sempre...

No Fim de Mundo português as baixadas de electricidade provocam muito curto-circuito, os bombeiros chegam tarde, falta água, o crime campeia, é preciso pôr grades nas portas e nas janelas. No Fim do Mundo uma mãe e cinco filhos não puderam ser socorridos a tempo, ficaram encurralados pelas grades da sua insegurança.

O Fim do Mundo só é notícia de morte. Maria Gaivão, que ajuda as famílias do bairro há mais de 20 anos, disse ontem que os culpados desta desgraça continuada "somos todos os que convivemos com indiferença" à miséria.

Parte deste Fim do Mundo já foi realojado. Edina e os seus filhos estavam "prestes" a ser realojados. Prestes a deixar o fim do mundo na Guiné, prestes a deixar o Fim do Mundo em Cascais. Sempre "prestes"...

No Fim do Mundo não há eleições autárquicas. Há muitas pessoas sem direitos. Sempre "prestes" a ser realojadas. Sempre à espera da cidade prometida...

(trechos do artigo de António José Teixeira publicado no DN de hoje)

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Está tudo muito certo, e o artigo do DN parece-me bem interessante, contudo penso que esta situação merece um olhar bem mais atento no meu entender.
Fico sempre apreensivo quando o dinheiro dos impostos que pago são canalizados para por exemplo realojar certo e determinado tipo de pessoas.
Aquilo que tive oportunidade de observar pessoalmente em várias ocasiões, é que o rendimento do agregado familiar na generalidade é bem mais elevado do que a média portuguesa, que "a falta de dinheiro" não tem nada a ver com a falta de emprego, mas sim com problemas de alcoolismo e drogas. Aquilo que vejo nesse tipo de bairros são cafés apinhados de gente nova a beber. Vejo também a juventude com roupa de marca, com motas e bicicletas de dar inveja a qualquer português da classe média.
Penso que em vez de tratar de coitadinhos e fazer artigos lamechas, os assistentes sociais deveriam fazer o seu trabalho e analisar seriamente cada caso.
Dar casas e dar subsídios não resolve nada ! Não lhes dêem o peixe, ensinem-nos a pescar !!!

Benoit

sexta-feira, setembro 30, 2005 1:19:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sou preto, sou "limpo", cristão, a morar com a família em sítio pobre, muito pobre, sinto-me rejeitado. Trabalho muito, recebo pouco, não dá para continuar os estudos. Vejo que a mesma sociedade que quer "ajudar-nos" é a mesma que "impede-nos" de mudarmos a nossa situação. Mas tenho Esperança e não desisto. Zé Pedro

sexta-feira, setembro 30, 2005 7:58:00 da tarde  
Blogger Tinoca Laroca said...

Não gosto de politica, a minha mãe costumava dizer que "politica não dá comida a ninguém".
No entanto, este tipo de artigos, são quanto a mim "pedagógicos" no sentido de pelo menos "espicaçar" algum leitor, pois entre tantas tragédias humanas, a maioria já lê com normalidade algo que é anormal sem duvida alguma.
As "barracas" são contudo sitios muito mais complexos do que casas degradadas.
A minha mãe viveu num bairro de barracas. Mas vivia numa barraca porque seu pai era alcoolico, e, devido ao alcool viviam na miseria. A minha avó era espancada pelo meu avô. A minha mãe nunca foi á escola assim como suas irmãs, porque tinham de ir trabalhar.
Ainda que algum dia tivessem lhes dado uma casa digna, a miseria familiar teria permanecido. A diferença seria o facto de por exemplo a minha mãe talvez não contrair assim como alguns dos seus irmãos, a tuberculose.
Passaram já muitos anos disto. A minha mãe e as minhas tias já têm comer na mesa, têm sua casa, suas famílias, mas permanecem leigas, e, seus rostos definem sofrimento, que uma casa digna não lhes conseguiu suprir.
Talvez... valha a pena meditar.

sábado, outubro 01, 2005 7:07:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Amigo Zé Pedro
CORAGEM, não te sintas rejeitado, porque rejeitados são aqueles que por não terem sido lavados dos pecados irão para o inferno ! A tua condição financeira mais frágil da-te uma condição que poucos têm: não tens nada a perder. Por isso continua no teu trabalho e acredita que Deus te dará tudo quanto necessitares e nunca te faltará comida para por no prato. É uma promessa que está no livro sagrado ! O teu Deus é dono de todo o ouro e toda a prata e se ele não te dá mais é porque Ele tem planos para ti assim nessa condição que te encontras, por isso procura a Sua vontade e entra nela !
Eu também ganho pouco e não tenho € para estudar, mas "basta a cada dia o seu mal", tento preocupar-me com o meu dia a dia, tento fazer todos os meses o milagre da multiplicação para que o ordenado dê para todas as contas a pagar, e Deus tem sido fiel, muito fiel !Abraço
Benoit

segunda-feira, outubro 03, 2005 4:32:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Muito obrigado Benoti pela força. Deus é sempre fiel. Bençãos, Zé Pedro.

terça-feira, outubro 04, 2005 2:16:00 da tarde  

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