AB SESIMBRA

Existimos para glorificar a Deus, fazendo discípulos de Jesus Cristo de todas as Nações, até que Ele volte.

sábado, julho 21, 2007

A MELHOR IDEIA É...

"Entregarei o controlo da minha língua ao Espírito Santo"
Era uma vez numa cidade não muito distante daqui. Vivia, uma senhora já com muita idade. A aparência era de alguém cansada, deprimida... Não queria ver ninguém, vivia sozinha numa casa pequenina e desde há muito tempo que falava em voz alta mas apenas consigo mesma. Os vizinhos no início tinham tentado conversar com ela, motivá-la a tratar-se, procurar ajuda, encontrar alguém que pudesse lhe estender a mão... Mas ela não queria. Preferia ficar ali, a falar sozinha...Era conhecida como Dona Língua.
No fundo da casa de Dona Língua havia uma outra casa, muito maior onde morava a sua irmã gémea, Dona Alma. As duas há muito não se falavam e Dona Alma vivia triste pois achava que o motivo de sua irmã estar assim tão doente era por causa dela. Ela também estava velha, cansada e não conseguia resolver as suas questões com a irmã. E o tempo foi passando e aquele vazio entre as duas irmãs ia aumentando.
Ambas lembravam do tempo que eram jovens. Viviam juntas, onde uma ia a outra estava lá. Dona Língua só falava o que era desejo de Dona Alma. E os desejos eram sinceros, repletos de emoção, afinal Dona Alma tinha encontrado alguém que lhe dava direcção, caminho e salvação. O Espírito. E Dona Alma incentivava a irmã a falar no Espírito. E quando o Espírito sugeria, a Dona Alma se enchia, e a Dona Língua falava. Era uma alegria completa!

Até que certo dia, Dona Alma se entristeceu. Sentiu-se rejeitada, começou a achar que haviam outras que eram melhores do que ela, deixou que alguém muito sorrateira se achegasse e ocupasse a voz do Espírito na vida dela. Era uma tal Sra. Dona Amargura que encheu-a de baixa auto-estima. Aí não foi preciso muito para que Dona Língua que era tão unida a irmã, começasse a falar, a queixar, a murmurar, a lançar fagulhas que fizeram arder toda a vizinhança. E as duas se desentenderam. E envelheceram.

A verdade era que o murmurar de Dona Língua continuava a ser um reflexo da solidão de Dona Alma.

Mas o Espírito que não desiste enviou Dona Graça para com as irmãs conversar e foi ela que, com seu jeito doce e amoroso de ser, convenceu-as num diálogo, a resolverem as suas diferenças. E foi assim que na presença do Espírito, Dona Alma se achegou devagarinho, bateu a porta da casa da irmã e pediu para entrar. Pela primeira vez em muito tempo, Dona Língua se animou. Estava feliz de ver a irmã e quando a outra disse que precisavam conversar, ela assentiu.

- O que aconteceu connosco? perguntou a Alma meio envergonhada.
- Tu eras tão animada, vivia feliz, motivava-me a louvar e cantar. Afirmou a Língua.
- Eu sei. O Espírito dizia-me sempre o que fazer. Era bom ouvi-Lo e obedecê-Lo. Era tão doce ter a minha casa cheia da presença dEle. Respondeu a Alma.
- Ai tu abriste a porta para aquela senhora, a Amargura e pôs-me a falar de coisas que eu não queria. Tu sentaste à mesa com a Tristeza, convidaste as tuas Feridas para fazer morada em tua casa e esqueceste que à medida que te enchias, colocava em mim as palavras que eu não queria proferir. Acrescentou a Língua.
- Eu sei, quando eu vi a casa estava cheia. Era a Tristeza na cozinha a preparar a minha comida, era a Amargura a arrumar-me a casa, era a Rejeição a dar-me aulas de como viver. Reconheceu a Alma.
-E tu nem viste o quanto o Espírito se entristecia! E eu, tão pequenina, acabei por ser motivo de contaminação de todo o teu corpo, além de contaminar tudo a minha volta. Até tentaram me domar, mas ninguém conseguiu. Nenhum ser humano me pode dominar. Disse a Língua.
- É verdade. Porque não eras tu que devias ser dominada, mas eu. Mas sabes, hoje de manhã quando Dona Graça bateu à minha porta e com doçura me falou, eu entendi. Olhei para dentro e vi a verdadeira cara daquelas senhoras que eu permitira acampar dentro de casa. Malignas! Disse a Alma.
- Ela conversou comigo também, e mostrou-me que o Espírito embora entristecido, nunca tinha desistido de nós. Contou a Língua. - E tu sabes que eu só falo daquilo que tu estás cheia. Agora acho que tens uma tarefa que só tu podes fazer.
- Eu sei, só há um que pode ocupar todos os lugares da minha casa. Enquanto o espaço está repleto dEle, não há espaço para ninguém mais entrar. Constatou a Alma.
- E eu se fosse tu, deixava que Ele inundasse a tua casa de tal forma que quando alguém que tu não conheces bater à porta, seja Ele mesmo a deixar ou não entrar. Aconselhou a Língua.
- Ah minha irmã. Quanto tempo perdemos! Reconheceu a Alma.

E foi assim que as duas irmãs reataram a comunhão e rejuvenesceram. As intrusas da casa de Dona Alma foram embora. Agora quem abre e fecha a porta da casa é o Espírito, e ambas descobriram que somente Ele pode dominar o que nenhum género humano é capaz de fazer. E Dona Graça se encantava enquanto a Língua motivada pela alegria da Alma, louvava a Deus em genuína adoração.
Arlete Castro.

21 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Entendo que a língua tenha o poder de destruir quando inflamada pelo inferno; ou de construir quando usada por Deus. Penso que precisamos de decidir a quem queremos emprestar a nossa boca!P.

segunda-feira, julho 23, 2007 4:59:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Somente o poder maior do Espírito Santo poderá controlar e usar nossa língua de forma a edificar vidas e louvar o Criador. Bjinhos.

segunda-feira, julho 23, 2007 5:01:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Neste domingo 22/7 fizemos uma recapitulação do tema nos últimos domingos - o PODER da língua para: 1. destruir (como um indêndio florestal), dividir, deitar abaixo e acabar com sonhos, projectos, e tb com a unidade do Corpo (é o jogo do inferno); 2. construir, edificar, abençoar, motivar, elogiar, bendizer ao Senhor e suas criaturas; 3. mostrar quem somos - ou seja, o que falamos revela o que de facto há dentro do nosso ser e qual o rumo que a nossa vida segue! 4. Depois finalizamos com a constatação do texto de Tiago 3:1 a 12 que todos pecamos com a língua. Daí a necessidade de romper com o pecado pelo arrependimento e cura interior, pedindo perdão a quem denegrimos e etc..., mudando de atitude com a única ajuda mais poderosa do que a língua, o Espírito Santo (Efésios 5:18 a 20). Que assim seja! AR

segunda-feira, julho 23, 2007 10:23:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Foi falado também neste domingo que quem fala mal pelas costas de alguém deve, uma vez arrependido do pecado, pedir perdão à pessoa de quem falou mal. Precisa mesmo de fazer isso? Não basta simplesmente parar de falar mal?

terça-feira, julho 24, 2007 12:20:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá anónimo(a)! Pedir perdão pelos erros e pecados cometidos é uma questão de humildade, típica do arrependimento, na verdade fruto deste! Para além disso, Paulo orienta acerca de termos e mantermos uma consciência tranquila perante Deus e perante os homens; de não dever nada a ninguém senão o amor...
O facto de não pedirmos perdão está mais ligado ao nosso orgulho. Pedir perdão quando falamos mal também significa dizer ao ofendido que ele pode resgatar a confiança em nós! Quem fala mal pelas costas não é uma pessoa confiável, pois hoje fala de si aos outros; amanhã fala aos outros de si!
Talvez ainda reste a seguinte pergunta: e se o outro não sabe que eu falei mal dele pelas costas? Ao que eu respondo com outra pergunta: E quando ele souber, não será pior em todos os sentidos já mencionados? Ainda pode ocorrer uma outra pergunta derivada disto: E se o outro nunca souber? Minha resposta é: não vale a pena correr esse risco; para além disso, esse tipo de carácter cristão revela-se hipócrita, falso, não respeita o Corpo de Cristo e não traz glória a Deus. Abraços, AR

terça-feira, julho 24, 2007 12:44:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quem controlará a minha língua?

Para mudar de hábitos, é necessário muito esforço e disciplina.
Geralmente não se abandona um hábito simplesmente, mas se substiui o antigo por um novo hábito.
Assim, no caso de mudar o hábito de "falar mal" pelo hábito de "falar bem", precisamos de muita força de vontade e determinação. Mas isto não é o suficiente, pois Tiago 3:8 diz que "a língua, porém, ninguém consegue domar."

Necessitamos de um auxílio superior, mais poderoso que o hábito que nos domina, para dar à nossa língua o uso que a nossa própria natureza e empenhamento não são capazes de proporcionar!

Precisamos sim do poder do Espírito Santo, convendo-nos do mau uso da nossa língua, levando-nos ao arrependimento e à mudança e cura que Ele quer fazer, controlando assim a nossa vida e língua, como ensina Paulo ao escrever aos irmãos de Éfeso, capítulo 5: 18 a 21:

"Deixem-se encher pelo Espírito, falando entre entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando e louvando no coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo."

terça-feira, julho 24, 2007 12:49:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Boas Rodolpho, ainda prefiro ficar "anónimo(a)" hehe. Agradeço a resposta, reconheço que vivo na hipocrisia, mas tenho medo de ser autêntico (a)...

quarta-feira, julho 25, 2007 1:38:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Comece, um pequeno passo de cada vez, não espere mais...Peça ajuda. Força! AR

quarta-feira, julho 25, 2007 4:29:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu de volta Rodolpho. Podes explicar de novo a dureza do coração ao Espírito por causa da desobediência e das tais "fortalezas" que eu não entendí nada? Obrigado(a)...

quarta-feira, julho 25, 2007 6:30:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá, desculpe a demora. Lá vai: A dureza do nosso coração pode estar associada a pelo menos duas coisas:

1. à demora em obedecer (= desobediêcia = pecado), ou seja, ouvimos a Palavra vez após vez, temos o necessário conhecimento, mas não o colocamos em prática na nossa vida (naturalmente com o auxílio e poder do Espírito Santo). Isso endurece o nosso coração (a letra mata) de tal forma que ficamos cada vez mais insensíveis ao toque do Espírito, que quer nos convencer e ajudar a aplicar a palavra e mudar... De certa forma parece que ficamos "vacinados" contra o evangelho... Já não O ouvimos mais... Já não toca o nosso ser!

2. às feridas e mágoas que guardamos em nosso coração ao longo do tempo. Em vez de buscar a eliminação das mesmas (através do acerto e conserto - cura e perdão), as alimentamos ao ponto delas se tornarem "fortalezas" ou locais no nosso ser interior de constante dor e portanto de dificil acesso - assim, tornando o nosso coração duro!. Atrás destas "fortalezas" nos escondemos, nos protegemos de tudo e de todos, e até mesmo do doce Espírito. Nossa vida passa a ser vivida em função desas "fortalezas". Ficamos mais orgulhosos e cada vez mais independentes. Nossa língua expressa essa condição interior lamentável...E quem ganha terreno com isto é o inimigo das nossas almas. Toda "fortaleza" é um ponto de apoio para o diabo fazer com mais facilidade o seu trabalho de matar, roubar e destruir... O Corpo de Cristo sofre, se fragiliza, se desgasta, encolhe..

Só o poder do Espírito Santo pode "quebrar" essa dureza ou "quebrantar" e "curar" os nossos corações. Se humildemente reconhecermos isto, se quisermos, se pedirmos, se clamarmos, se permitirmos, se buscarmos ajuda, se voltarmos a ser interdependentes, de facto parte de um Corpo...Ele não recusará libertar e transformar o nosso ser. Milagrosamente. Hoje!AR

quinta-feira, julho 26, 2007 1:41:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá Sesimbra, em Agosto estarei nestas praias...
Se a tua língua leva-te a pecar, então corte-a e deite-a às cobras (que não irão tocá-la para não serem envenenadas). Este parágrafo é de minha autoria ...rs, mas se tivéssemos mais "mudos" entre nós, nossa igrejas seriam mais fortes e falariam mais alto ao mundo. Abraços de Zé Pedro.

quinta-feira, julho 26, 2007 3:40:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Após ler o comentário acima de ab sesimbra, eu decidí desenvolver o hábito de elogiar alguma pessoa dentre meus amigos, parentes, irmãos na fé e colegas de trabalho todos os dias. Pelo menos uma vez por dia eu procuro fazer isto. Mas é necessária disciplina de minha parte. O meu sentimento é de paz e de conformidade com a Palavra e com o Espírito que inspirou esta mesma Palavra. O sentimento destas pessoas é de surpresa e satisfação. Obrigada. Muitas bençãos e bjinhos.M.

quinta-feira, julho 26, 2007 4:02:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Segundo a parte final de Tiago 3: 1 a 12, falar mal do próximo é o mesmo que falar mal de Deus.T.

quinta-feira, julho 26, 2007 4:46:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Para além de tudo isto, o coração deve estar limpo para receber e dar o sublime amor de Deus, que é derramado pelo Espirito Santo (Romanos 5:5). M.

quinta-feira, julho 26, 2007 8:24:00 da tarde  
Blogger Arlete Castro said...

Excelente debate. Este espaço da a oportunidade de para além das mensagens, a igreja continuar a debater sobre os temas importantes que são tratados. Continuem, assim crescemos juntos. Abraços

sexta-feira, julho 27, 2007 10:17:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Boa dica do Tiago Aragão hoje no culto da Atitude: parar a conversa que começa a maldizer alguém que esteja ausente! T.

domingo, julho 29, 2007 10:08:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"Língua de gato" ou "língua de graça"? P.

segunda-feira, julho 30, 2007 1:39:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

mais uma dica, e que tal estarmos mais prontos para ouvir do que falar? hum? ler aquele livrinho bem antigo de Salomão a saber "Proverbios" que tanto nos ensina sobre a lingua. Descubram lá quem é o sábio neste contexto da "lingua".
Um abraço a todos.

terça-feira, julho 31, 2007 12:46:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

ahhh desculpem esquecia-me entretanto, o que é que pode muito uma oração de um crente? ele usa que membro a orar? Pode uma boca poderosa abençoar e amaldicioar? Pode! Por isso estejamos mais vezes caladinhos.;)

lá vai mais um abraço!

terça-feira, julho 31, 2007 12:50:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

as teorias da treta provocam-me uma certa vontade de vomitar.

Chega de teoremas e estratégias. Acção. Praticar. Aí reside a necessidade de mudança.´

Seja na Igreja, no trabalho na escola, pareçe que se sempre foca no outro as frutações ou os medos pessoais. Que a mudança começe em mim primeiro.

terça-feira, julho 31, 2007 6:49:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sesimbra, em 7 dias estarei entre vós...Ouvir falar mal dos outros é pecado duplo, pois temos duas orelhas! Rs... Comece por cortar a língua, depois as orelhas hehe.. Assim, com mais "mudos" falaremos mais alto ao mundo; com mais "surdos" ouviremos melhor a Deus! Abraços de Zé Pedro.

quarta-feira, agosto 01, 2007 12:25:00 da tarde  

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