AB SESIMBRA

Existimos para glorificar a Deus, fazendo discípulos de Jesus Cristo de todas as Nações, até que Ele volte.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A LUTA A FAVOR DA VIDA CONTINUA - 2

DECIFRAR A MENSAGEM DA MAIORIA SILENCIOSA
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A população portuguesa não passou um "cheque em branco" para a Assembleia da República, que detém o poder legislativo, fazer o que quiser na questão da despenalização do aborto. Basta verificarmos que do total de quase 8. 833.000 eleitores, apenas 2.238.000 (25%) optaram pelo “sim” neste referendo, contra 6.595.000 (75%) que optaram ou pelo “não”- 1.539.000 (18%), ou pelo silêncio – a elevada abstenção por razões diversas foi a resposta de 4.981.000 (56%), ou pelos votos nulos e em branco – 74.500 (quase 1%). A correcta leitura dos resultados do referendo mostra que a sociedade portuguesa não reagiu à altura do esperado face a um assunto tão importante, cujas causas precisam ser melhor compreendidas. Por esta razão o resultado não é juridicamente vinculativo e tem de ser interpretado politicamente com muito bom senso.
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Isto leva-nos a analisar um dos paradoxos da democracia: há legitimidade em impor-se a todos a vontade de uma minoria composta de apenas 25% dos eleitores? É uma pergunta que não precisava ser feita se a população cumprisse o seu papel decisório através de uma participação expressiva e efectiva. É verdade que todos tiveram igual oportunidade de expressão. É verdade também que a maioria silenciosa não escolheu o “sim”, mas também não escolheu o “não”.
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Certamente questões semelhantes também foram feitas logo após o referendo de 1998, e por isto mesmo o assunto voltou agora a ser objecto de nova consulta popular no último dia 11 de Fevereiro.
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Não estamos a colocar em causa o sistema democrático, apesar de considerarmos que a vida não é referendável. Percebe-se claramente, no nosso entender, que o tema da despenalização do aborto e a forma como deve ou não ser feita ainda não estão socialmente absorvidos e consolidados, e que, portanto, não encontram no resultado deste referendo, apesar do respeito que merece, uma base sólida e permanente para qualquer medida derivada que venha a ser tomada. Nestes termos, todos os contributos, de toda a sociedade, devem ser considerados, se algo for proposto para alterar o actual quadro legal sobre o assunto.

O aspecto mais certo que resulta deste referendo é que a luta pela vida continua e que as diversas camadas sociais ainda precisam ser perscrutadas sobre o assunto, especialmente para a compreensão profunda deste elevado índice de abstenção. Ainda temos de desvendar o significado deste insistente silêncio.

É certo que a luta pela vida continua e que os 6.595.000 (75%) do total de eleitores que não votaram a favor da despenalização do aborto nos termos propostos neste referendo, especialmente aqueles integrantes e apoiantes dos movimentos do "não", deverão ter o seu peso participativo e de pressão na elaboração das possíveis medidas decorrentes desta vitória do “sim”, até que o assunto seja devidamente digerido e assimilado por toda a sociedade, no sentido de obter-se, o quanto antes, um posicionamento popular menos paradoxal e mais consistente sobre esta importante matéria. Portanto, há muito trabalho de casa a ser feito neste domínio, a favor da vida!
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Quanto a Sesimbra, neste referendo o "não" obteve 20,42% dos votos e portanto cresceu em relação ao referendo de 1998, quando obteve 19,32%, constituindo assim o melhor índice em todo o distrito de Setúbal, onde a média de votação no "não" foi agora de 18,01%. Inversamente, em 2007 o "sim" recebeu menos votos no Concelho de Sesimbra em relação ao referendo anterior. Outra informação relevante para Sesimbra foi a queda significativa do índice de abstenção neste referendo, mostrando uma população mais participativa do que em 1998. Apesar destes pequenos, porém importantes, avanços a favor da vida, ainda há muito a ser feito.

A luta a favor da vida continua, agora mais do que nunca!

António Rodolpho
Pastor da Igreja Evangélica da Acção Bíblica em Sesimbra
(artigo elaborado para publicação no Jornal "O Sesimbrense" - Fev. 2007)

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domingo, fevereiro 11, 2007

A "LUTA" PELA VIDA CONTINUA...

No livro de Jeremias, capítulo 7 lemos os seguintes versículos com a palavra da parte do Senhor: "17. Não vês tu o que andam fazendo nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém? 18. Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem sacrifícios à outros deuses, provocando-me à ira...31. Edificaram os altos de Tofete, que está no vale do filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus filhos e a suas filhas - o que nunca ordenei, nem me subiu ao coração. 32. Portanto vêm dias, diz o Senhor, em que já não chamará Tofete, nem vale do filho de Hinom, mas o Vale da Matança..."

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quinta-feira, fevereiro 01, 2007

ABORTO: TODOS A VOTAR "NÃO" NO REFERENDO.

O ABORTO, O REFERENDO E A SOCIEDADE QUE QUEREMOS
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O povo português vai novamente ser chamado a pronunciar-se em referendo se aceita ou não a despenalização total do aborto nas primeiras 10 semanas de gravidez, por vontade da mulher.
A nossa comunidade recomenda a todos que participem no referendo do próximo dia 11 de Fevereiro de 2007, exercendo o seu direito de voto.
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Que tipo de sociedade queremos para Portugal?
A resposta a esta pergunta dará a cada um de nós as razões para votar NÃO, como a seguir se demonstra.
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Que tipo de sociedade queremos para Portugal se a única solução que o “sim” neste referendo apresenta a uma mulher com um filho no ventre, em situação de dificuldades, é a eliminação de um deles, no caso o mais vulnerável e indefeso, ou seja, o aborto do filho?
O “não” a esta proposta, nos termos em que está feita, é ser solidário com ambos, mãe e filho!
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Que tipo de sociedade queremos para Portugal se o “sim” significa introduzir mais um tipo de discriminação, agora em função da idade intra-uterina: os filhos até dez semanas não têm direito à vida; os filhos com mais de dez semanas já podem ter o direito à vida? O “não” a esta proposta, nos termos em que está feita, é ser contra qualquer tipo de discriminação – todos têm o direito à vida!
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Que tipo de sociedade queremos para Portugal se o “sim” sugere que uma vida humana dentro do útero de sua mãe merece menor protecção do que um ninho de cegonha?
O “não” a esta proposta, nos termos em que está feita, entende que toda a vida deve ser protegida!
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Que tipo de sociedade queremos para Portugal se o “sim” considera que a liberdade de escolha da mulher pode ignorar o direito à vida do embrião? Como escreveu João César das Neves no Diário de Notícias em 22/01/2007, “os defensores do ´não´ assumem o sofrimento das mães, criando instituições para o aliviar. Os do ´sim´ costumam escamotear a vida dos embriões. Isto revela um facto indesmentível: postos francamente em confronto, o valor da vida sobrepõe-se naturalmente ao da liberdade. Sem liberdade a vida resiste, mas sem vida não há nada.”
O “não” a esta proposta, nos termos em que está feita, é dizer que para se ter liberdade é preciso ter vida!
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Que tipo de sociedade queremos para Portugal se o “sim” revela a incoerência do encerramento de maternidades por razões económicas e propõe que o mesmo Estado venha a pagar cerca de 700,00 € por aborto?
O “não” a esta proposta, nos termos em que está feita, é afirmar que o dinheiro dos nossos impostos seja usado para financiar a vida e a saúde.
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Que tipo de sociedade queremos para Portugal se o “sim”, ao promover e facilitar a morte, aborta o futuro de um povo que envelhece muito rapidamente, sem renovação geracional à altura das necessidades?
O “não” a esta proposta, nos termos em que está feita, é afirmar que se é a favor de medidas para incentivar, promover e proteger a vida, garantindo assim um futuro para o País.
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Que tipo de sociedade queremos para Portugal se o “sim” desrespeita as mulheres ao desvalorizar os marcas profundas, emocionais, psicológicas e físicas, que ficam nas mulheres que optam pelo aborto?
O “não” a esta proposta, nos termos em que está feita, respeita as mulheres, e faz um importante aviso derivado da experiência real de apoio solidário às mulheres que sofrem as consequências do aborto!
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Ao votar “não” no referendo indicamos que queremos uma sociedade na qual todos são respeitados, com igualdade. Onde a família é valorizada. Uma sociedade onde todos são incluídos, mãe e filhos. Onde há solidariedade para com todos, mãe e filhos. Há formas de considerar ambos, mãe e filho, sem consagrar na lei o direito de alguém sobreposto à dignidade, integridade física e vida de outro ser humano.
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Votar “não” no referendo é respeitar os direitos consagrados mundialmente, como a Declaração Universal dos Direitos do Homem que afirma que "todo o indivíduo tem direito à vida" (artigo 3.º). Também significa respeitar a Constituição da República Portuguesa, a qual declara que "a vida humana é inviolável" (artigo 24.º). Votar “não” é impedir um retrocesso civilizacional!
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Pela vida, vote “não”.
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António Rodolpho
Pastor da Igreja Evangélica da Acção Bíblica em Sesimbra

(artigo para o Jornal de Sesimbra, edição pré-referendo de Jan-Fev 2007)